Fala-se cada vez mais de economia circular – ou economia regenerativa, como também é designada – e ainda bem que assim é. Afinal, é nesta circularidade que reside grande parte da nossa esperança, enquanto sociedade, num futuro que se quer mais verde e sustentável.
Mas desengane-se quem pensa que o conceito de economia circular se esgota de cada vez que leva as embalagens ao ecoponto. Em causa está algo muito mais vasto e transformador, que implica novos modelos de negócio e alterações profundas nas cadeias de abastecimento de todo o mundo. O impacto pode ser de tal ordem que a União Europeia (UE) estima que a aplicação dos princípios da economia circular pode gerar um aumento adicional de 0,5 % do PIB da UE até 2030, criando cerca de 700 mil novos postos de trabalho.
O que é exatamente a economia circular? Simplificando, é um modelo de economia que se opõe ao de economia linear, que é o que tem vigorado praticamente desde a Revolução Industrial, em que os recursos naturais do planeta são extraídos e usados para a fabricação de produtos, os quais, quando chegam ao fim de vida, tendem a ser descartados como resíduos e ponto final. A consequência deste modelo com que temos convivido é o desastre que está à vista de todos e que passa pela perturbação e destruição dos ecossistemas de que dependemos para sobreviver.
Já na economia circular, procura-se que a atividade económica não esteja associada e dependente da extração dos recursos finitos. Tal é feito através de um sistema resiliente desenhado para ser favorável não só aos negócios, mas também às pessoas e ao meio ambiente.